domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cheiros e recordações


Quantas vezes no meio de mais um corre-corre estressante, sentimos de repente num lampejo de memória um cheiro gostoso que nos transporta ao passado, onde pela manhã havia a mesa posta e um cheirinho de café a percorrer os cômodos da casa, ou de um bolo assando.No meio da tarde, o forno quentinho assando pães de queijo e a molecada sentada ao redor da mesa para lanchar.Me lembro do meu "tio" Dedé, sentado na varanda com uma cesta de carambola ao lado, onde ele passava um tempão tirando os filetes dos gominhos e cortando as "estrelas" das carambolas, para que o doce ficasse além de gostoso, bonito dentro da compoteira. O aroma adocicado pela cozinha do doce de leite esfriando sobre o mármore da pia, para ser cortado em quadrados e colocados no pote e ser servido às visitas repentinas no meio de alguma tarde chuvosa.Quando íamos passar o dia no sítio de meu pai, no meio da tarde acabava chovendo, uma chuva dessas de verão, rápida e grossa, eu me sentava na varanda, sobre a mureta para admirar a água correndo e sentir aquele cheirinho delicioso e peculiar de terra molhada.

Gosto do cheirinho amanhecido de criança quando acorda e se esparrama no colo da mãe pedindo dengosa um beijo e o leite.Até hoje, tenho o hábito de dar " um cheiro" na minha filha quando ela acorda.Algumas vezes quando a brisa sopra através da Dama da noite, o cheiro suave do perfume das flores entra no quarteirão onde moro e vem até a janela do meu carro me fazendo sorrir ao sentir o aroma.

Enfim, a memória nos presenteia com os cheiros e recordações seja da infância ou de algo recente nos propiciando reviver o que sempre será nostálgico, porém muito bom.



Vylna Cassoni

15/02/09

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